"Omnia Vincit Amor"... muitos acreditam ser, esta frase, uma utopia de Virgílio, eu prefiro acreditar que o amor sempre vencerá ou, que pelo menos, irá nos redimir...

“sob o signo do eclipse”

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(vês...?
é o encontro dos não destinados,
a beleza da antagonia a seguir num mesmo itinerário.
quais metáforas e quais exemplos seriam possíveis para descrever
que o impossível só existe nas limitações daqueles que não sonham?
na garganta, a secura, o som rouco...
nos olhos, o brilho, a esperança, a verdade da alma, que insiste,
pelos tempos adormecidos, em irromper relâmpagos no peito
e crenças na convergência de todos os caminhos.)

.........................................................

................um lobo uiva para a imensidão...
.................................................o balé do cio,
.................................................os sentidos prímevos
.................................................invoca a tua presença.
................no céu, a cintilância é coberta por um véu
................e a paz, envolvida, rende-se.
................todos os segredos hão de ser contados,
................toda a espera render-se-á ao fortuito
................e mágico momento do encontro.

.................................................amantes da beleza,
.................................................do espontaneísmo
.................................................e das conjugações perfeitas,
.................................................é hora da noite
.................................................e dos mistérios
.................................................que as nuvens carregam...
................é hora dos amantes que não se encontram,
................do ocaso que preenche de recordação o vazio...
................hora do beijo divino e natural,
................cru, com línguas sugadas
................na intempestividade profunda e romântica
................do desejo impaciente e sem devaneios.

................subverta-me ao teu fetiche,
................à noite que não vincou em teu ventre
................e ao dia que amanheceu em tuas coxas.
................................................................cubra-te de mim,
................................................................igual esta lua,
................................................................sob o olhar dos admiradores
................................................................que não podem tocá-la
................................................................ou, sequer, compreendê-la...
................................................................cubra-te e serei o vindimador
................a colher no teu umbigo o fruto fora da estação.

................voyeurs da noite
................e dos fascínios evocados por estrelas,
................esta contemplação,
................este presente antigo,
................revivido, é quase findo...
................depois a imagem rememorada,
................um círculo...
................um alo nevoento se forma
................e, de novo, brumas e assombros.

.................................................no olhar a persistência,
.................................................o prazer em soluços,
.................................................a amante nua, debruço,
.................................................a dourar o travesseiro
.................................................com os seus cabelos de lua...
.................................................para, depois,
.................................................seguir sozinha e reluzente.

.................................................nego,
.................................................floresço,
.................................................escorrego na sombra
.................................................que me põe em extravio.
.................................................deito-me
.................................................e enveneno-te novamente
.................................................com o meu canto conspurcado
.................................................mas, de verdades, atingido.
.................................................as palavras límpidas se dobram,
.................................................a plenitude suprime as privações
.................................................e, ereto, apunhalo o teu sexo
.................................................em incalculável atenção.

.................................................a noite toda é uma síncope,
.................................................percebida no dançar de teu quadril,
.................................................uma sinestésica percepção
.................................................de que és ternura e excitação.
................és esse voo rasante de astros e meteoros
................que hipnotiza e, depois,
................perturba...

................passeio
................como sombra possuidora
................em teu corpo de luz.
.........................................................

(vês...?
do silêncio que é todo interior, da brecha da janela onde a madrugada
está sempre à deriva,
sigo...
aprisionado no não permitido que degrada,
na completude que ameaça...
e eu, sempre tudo posso, brindo e compactuo com as palavras em elipses.
benevolente,
dou-te um outro rumo...
interdito esse teu passar silente e roubo as tardes azuis de teus olhos...
a componho e a possuo sob o signo do eclipse).


daufen bach.
Revisão Final: Patrícia Lara - Blog Gramaticamando
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13 comentários:

Olá, Poeta Maior!

(Eu de novo... rs)

Não há alegria maior do que chegar aqui e ver mais um poema publicado.

É uma delícia ler os seus versos... e este poema, assim como o eclipse, é cheio de encantos.

"passeio
como sombra possuidora
em teu corpo de luz."

Lindo demais! Parabéns!

Um grande abraço,
Patrícia Lara

Que força, poeta! Que ótima constução poética!

Sarava!

Muito gosto!
Obrigada pela querida visita!

Eu vi muito aqui...

vamo-nos lendo;)
beijinho

"..um lobo uiva para a imensidão..." e as lobas ouvem o seu uivo, mas a ele só interessa uma. Belíssimo e bem elaborado poema. Beijo.

ah meu querido amigo - Lindo, simplesmente lindo.
Te mando um lindo e poético abraço de luz....talvez a luz prateada, talvez a luz de lua ou quem sabe, a luz do sol.

ola, amei mais este poema...
bjs no seu coração

Olá daufen,
Obrigado pela visita ao meu blog e pelos comentários generosos.
Fiquei impressionadíssimo também com seus poemas. Todos muito fortes, instigantes e bem escritos, com temas preciosos e imagens viajante. Você faz o estilo de poema que eu curto; e o faz muito bem feito.
Estou te anexando ao meu blog.
Voltarei mais vezes e cam mais calma.
Abraxas,
Cico

Prazer poder ler você poeta. Lindo seu blog. Tenha um bom dia! Carinho da Cida Peres.

Olá Daufen, muito prazer!

Belo é o seu estilo poético, que abre e fecha a porta do poema com certa prosa de voz sussurrante, e mostra entre a entrada e a saída o delicioso recheio de amar cada verso e seus personagens com ou sem metáforas, sem esquecer, porém, de conceder vida até às sombras do caminho.

Um grande abraço - obrigada pela gentil visita e comentário em meu blog Flor de Morango.

Que lindo blog, envie-me sempre, hoje fiquei realmente supresa em receber tão lindamente o que tanto me fez bem, ler e reler lindos textos, poesias, músicas, tudo. Não se esqueça desta amiga e fan dos seus escritos com Alma.
Neyde Noronha

É por esse e, por outros versos que acabo de apreciar aqui nesse belo espaço, que eu voltarei para ler com mais tempo.

Muito obrigada por sua presença em meu blog e parabéns pelo talento e bom gosto!

Bróder...
PRESENCIO UM BALÉ PÓÉTICO COM TODAS AS SUAS NUANCES....UM COMPÊNDIO MESMO. DE SENTIMENTOS QUE AFLORAM E SE SE ESPALHAM EM VERSOS PLENOS.
MARAVILHA BRÓDER...POR ISSO SOU SEU FÃ INCONDICIONAL.
VOCÊ FAZ FALTA LÁ NA CASA...E PODE CONVIDAR AMIGOS PARA ESTAAREM CONOSCO LÁ, TÁ?
ABRAÇO*
RENATO BAPTISTA